RODOLPHO ABBUD - Nova Friburgo - RJ
Retrato: Jaime Pina da Silveira
UBT-Seção São Paulo
Na vida, lutar, correr,
não me cansa tanto assim…
O que me cansa é saber
que estás cansada de mim!
Foram tais os meus pesares
quando, em silêncio partiste,
que, afinal, se tu voltares,
talvez me tornes mais triste…
Depois do sonho desfeito,
louvo o porvir que, risonho,
não me recusa o direito
de escolher um novo sonho!
Seja doce a minha sina
e, num porvir de esplendor,
nunca transforme em rotina
os nossos beijos de amor…
Na vida, em toscos degraus,
entre tropeços a sustos,
mais que a revolta dos maus,
temo a revolta dos justos!
Minha magoa e desencanto
foi ver, no adeus, indeciso:
- Eu disfarçando o meu pranto…
- Tu disfarçando um sorriso…
Vamos brincar de mãos dadas,
crianças pretas e brancas!…
O sol de nossas calçadas
não tem porteiras nem trancas!
À noite, ao passar das horas,
esqueço os dias tristonhos,
pois tuas longas demoras
dão-me folga para os sonhos!
Chegaste a sorrir, brejeira,
depois da tarde sem fim…
E, nunca uma noite inteira
foi tão curta para mim!…
Vejo em minhas fantasias,
em Friburgo, pelas ruas,
mil sois enfeitando os dias
e, à noite, a luz de mil luas.
Na ansiedade das demoras,
quando chegas e me encantas,
mesmo sendo às tantas horas,
as horas já não são tantas…
Nessa paixão que me assalta,
misto de encanto e de dor,
quanto mais você me falta
mais aumenta o meu amor!…
Hei de vencer esta sina
que num capricho qualquer,
me fez amar-te menina
depois negou-me a mulher!…
Vem amor, vem por quem és!
Pois já tens, em sonhos vãos,
minhas noites a teus pés,
meus dias em tuas mãos!…
Não sei como não soubeste
mas o amor veio, infeliz…
Eu te quis, tu me quiseste,
mas o Destino não quis…
Nosso encontro …O beijo a medo…
A caricia fugidia…
Nosso amor era segredo,
mas todo mundo sabia…
Cama nova, ele sem pressa
ante a noivinha assustada,
quer examinar a peça
julgando já ser usada!…
Em tudo o que já vivi,
nessa passagem terrena,
se um pecado eu cometi
com ela, valeu a pena!…
Retrato: Jaime Pina da Silveira
UBT-Seção São Paulo
Na vida, lutar, correr,
não me cansa tanto assim…
O que me cansa é saber
que estás cansada de mim!
Foram tais os meus pesares
quando, em silêncio partiste,
que, afinal, se tu voltares,
talvez me tornes mais triste…
Depois do sonho desfeito,
louvo o porvir que, risonho,
não me recusa o direito
de escolher um novo sonho!
Seja doce a minha sina
e, num porvir de esplendor,
nunca transforme em rotina
os nossos beijos de amor…
Na vida, em toscos degraus,
entre tropeços a sustos,
mais que a revolta dos maus,
temo a revolta dos justos!
Minha magoa e desencanto
foi ver, no adeus, indeciso:
- Eu disfarçando o meu pranto…
- Tu disfarçando um sorriso…
Vamos brincar de mãos dadas,
crianças pretas e brancas!…
O sol de nossas calçadas
não tem porteiras nem trancas!
À noite, ao passar das horas,
esqueço os dias tristonhos,
pois tuas longas demoras
dão-me folga para os sonhos!
Chegaste a sorrir, brejeira,
depois da tarde sem fim…
E, nunca uma noite inteira
foi tão curta para mim!…
Vejo em minhas fantasias,
em Friburgo, pelas ruas,
mil sois enfeitando os dias
e, à noite, a luz de mil luas.
Na ansiedade das demoras,
quando chegas e me encantas,
mesmo sendo às tantas horas,
as horas já não são tantas…
Nessa paixão que me assalta,
misto de encanto e de dor,
quanto mais você me falta
mais aumenta o meu amor!…
Hei de vencer esta sina
que num capricho qualquer,
me fez amar-te menina
depois negou-me a mulher!…
Vem amor, vem por quem és!
Pois já tens, em sonhos vãos,
minhas noites a teus pés,
meus dias em tuas mãos!…
Não sei como não soubeste
mas o amor veio, infeliz…
Eu te quis, tu me quiseste,
mas o Destino não quis…
Nosso encontro …O beijo a medo…
A caricia fugidia…
Nosso amor era segredo,
mas todo mundo sabia…
Cama nova, ele sem pressa
ante a noivinha assustada,
quer examinar a peça
julgando já ser usada!…
Em tudo o que já vivi,
nessa passagem terrena,
se um pecado eu cometi
com ela, valeu a pena!…