ALONSO ROCHA - Belém - PA
Príncipe dos poetas do Pará
09/06/1923 - 31/01/2011
Retrato: JB Xavier
UBT-Seção São Paulo
Poesia, como eu entendo,
é milagre de escrever...
Quase dizer, não dizendo...
ou não dizendo...dizer!
Ao lembrar que o teu brinquedo
é decifrar-me, sorrio...
De nada vale o segredo
De um velho cofre vazio.
Sem resposta que conforte,
dúvida imensamecorta:
Qual o segredo da morte?
Fim? Partida? Porto? Porta?
Dei conforto em hora aguda
a tantos (que nem mais sei),
mas na dor só tive ajuda
de mãos que nunca ajudei.
Em sofrer minha alma insiste
mesmo sabendo, também,
que a dor da espera é mais triste
se não se espera ninguém.
Nas manhãs, num velho rito
(com o fim de protegê-las)
o Sol - pastor do infinito -
guarda o rebanho de estrelas.
Louco artista é o trovador
que o sofrimento renova
quando exibe a própria dor
no palco de sua trova.
Sobra do amor, rarefeita,
e tudo o que me restou,
a ternura é a flor que enfeita
o jarro triste que eu sou.
Príncipe dos poetas do Pará
09/06/1923 - 31/01/2011
Retrato: JB Xavier
UBT-Seção São Paulo
Poesia, como eu entendo,
é milagre de escrever...
Quase dizer, não dizendo...
ou não dizendo...dizer!
Ao lembrar que o teu brinquedo
é decifrar-me, sorrio...
De nada vale o segredo
De um velho cofre vazio.
Sem resposta que conforte,
dúvida imensamecorta:
Qual o segredo da morte?
Fim? Partida? Porto? Porta?
Dei conforto em hora aguda
a tantos (que nem mais sei),
mas na dor só tive ajuda
de mãos que nunca ajudei.
Em sofrer minha alma insiste
mesmo sabendo, também,
que a dor da espera é mais triste
se não se espera ninguém.
Nas manhãs, num velho rito
(com o fim de protegê-las)
o Sol - pastor do infinito -
guarda o rebanho de estrelas.
Louco artista é o trovador
que o sofrimento renova
quando exibe a própria dor
no palco de sua trova.
Sobra do amor, rarefeita,
e tudo o que me restou,
a ternura é a flor que enfeita
o jarro triste que eu sou.