SAUDADE É BICHINHA DANADA




Eu compus tempos atrás
Canções de muitas saudades
Daquelas que nem sei mais
Descrevem a realidade.

Falam da dor que doía
Bem lá no fundo do peito,
Que até cantando eu sofria
E esse mal nem tem jeito...

A cada dia que passa
A vida vem nos dizer
Que embora tão sem graça
A saudade vai nascer.

Dizia Luiz Gonzaga
Que a saudade mata a gente
Que nos corta que nem faca
E que espalha sementes.

E com isso até concordo
Saudade é bichinha danada
Do ser humano, isso é próprio
Mas podem crer, que não mata...

Já disse Luiz Vieira
Numa de suas canções
Podem crer, é sementeira
Que nasce nos corações.

Faz morada em nosso peito
E quer cadeira cativa
Acha-se até no direito
De se sentir uma diva...

De germinar dando frutos
Mas não mata, e nos inspira;
Fala por nós, quase tudo...
Até enquanto respira.

Leva, eu minha saudade
De volta pro meu lugar,
Pra minha realidade
Tudo que eu quero é voltar.



Fortaleza, 27/06/2011