O que pode apagar uma chama.
Eu sou muito pequeno
Na verdade sou um nada
Só uma gota de veneno
Na curva de uma estrada.
Sou um pedido com zelo
Que talvez nem seja atendido
Sou apenas um apelo
Pra nunca ser esquecido.
Sou um sino que badala
No alto de uma torre
Sou o sielencio que fala
E por onde os dedos escorre.
Como a areia da praia
No interior de uma ampulheta
Que não se preocupa com vaia
De uma lingua espoleta.
A vida vai se esvaindo
A cada humilde segundo
Olhando a esperança sorrindo
E se despedindo do mundo.
O que nada tem a ver
Com esse poeta que ama
E somente pretende escrever
Sobre o que pode apagar uma chama.