NAS DESVENTURAS DA VIDA



Não há perfeição na vida
Nem em nome do amor
Que às vezes pede guarida
Nos braços que a maltratou.

Há braços que no vazio
Percorrem sem encontrar
Quem os agasalhe do frio,
Sem ninguém para abraçar.

Perdem-se na multidão
Sem abrigo, sem consolo
Desperdiçam a emoção
Que guardam qual um tesouro.

E se nem mesmo no amor
Pode existir perfeição,
O que dizer de uma flor
Que murcha ainda em botão?

Não se abriu para a vida
Murchou enquanto menina
Desprendendo-se, vencida
Sem sequer vivido ainda.

Assim são as desventuras
De quem busca a perfeição
Nos sonhos, nas aventuras
E perdem-se na escuridão.


Fortaleza, 20/06/2011