V E R S O S V I V E R E S (28)
DOS ÁLAMOS (2)
Aos poucos, em nosso outono,
perdes o viço, mudas a cor,
meu álamo, vais sem o entono
do verde inspirador.
Teus galhos agora secos,
meu álamo altaneiro,
só ouvem mesmo os ecos
do vento-inverno viandeiro.
Balançam com suavidade
nossos álamos felizes,
e há, parece, alacridade
nas folhas e nos matizes.
Meus álamos altaneiros
ante a noite molhada
vão brilhando sobranceiros
rumo à longa madrugada.