PORCOS NÃO OLHAM PARA O CÉU

I

Passa o tempo no relógio da torre

Longas caminhadas se fizeram

Cruzados armados, caídos no chão

Nenhuma profecia se cumpriu

Frase alguma foi lembrada

II

Guerras sujas por ouro e pó

Esqueceram o homem apodrecendo ao sol

Ouro roubado de um povo pagão

Desta vez os Deuses chegaram mais cedo

Terra! Gritou o primeiro ladrão

III

Quiseram botar ordem no mundo

Convocaram pai e filho

Loucos, com desejo de poder

Está vendo?

Um dia tudo isso será seu!

Crescem flores em carne

O dia negro venceu

IV

Pai! Quero ter um revolver

Espere filho! É a vez de seu irmão!

Delinquência juvenil, inocência perdida

O sacristão fez caricias na garotinha

E encontraram perto do rio

Fechem as janelas

Isso é só o começo

V

Soldados sem cérebro marcham por ração

Gritos distantes, alucinantes na escuridão;

Homem inteligente, quantas coisas ele criou

Armas, guerra, bomba, dinheiro...

Nós sabemos?

Será que sabemso mesmo?

VI

Aquele garoto acostumado ao caos, cresceu

Faz seu discurso na praça

Enlouquece a multidão, encoraja os fracos

Com quem ele aprendeu?

Darwin...igreja..?

Se matou o maior de todos os ratos

Aquele que pensava em ser rei

VII

Mandaram os suinos para o mar

Nada se viu alem de glória

Ficaram ricos as custas da tragédia

São donos do mundo agora

Bancos, jornais, bordéis

Tabaco para o pobre

Cocaina para o rico

VIII

O tempo ainda passa no relógio da torre

E vejam!

lá em cima, no céu!

Ele vem chegando outra vez

Todos saíram de suas casas para ver

Acenderam velas, fizeram festa

Quebraram imagens de barro

Praguejaram, dançaram...

Nada mais importava....

IX

Chegou o dia

O homem finalmente voltou

A cidade inteira olha para cima

Mas nesse dia os porcos não foram salvos

Pois não olhavam para o céu

Fael Donavan
Enviado por Fael Donavan em 25/04/2011
Reeditado em 25/04/2011
Código do texto: T2929887
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