Mentiras Nuas

Andando pelas ruas,

muito me enfureço;

lembro as ânsias tuas,

e jamais me esqueço;

das mentiras nuas,

ou de algum tropeço.

Vislumbro o horizonte,

fugindo do atropelo;

bebo água da fonte,

pois não sou camelo;

há muitos sob a ponte,

quase nus em pelo.

Abaixo do viaduto,

imundície do futuro;

que é outro produto,

que expõe o obscuro;

inércia do corrupto,

tão em cima do muro.

Ainda assim vou indo,

desiludido com tudo;

meu caminho seguindo,

segurando meu escudo;

jamais ficarei dormindo,

nem posso ficar mudo.

Harock
Enviado por Harock em 12/04/2011
Reeditado em 24/12/2019
Código do texto: T2904850
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