Aedo quero ser!

Bem mais do que trovador,

hoje, quero ser aedo,

p'ra levar, seja onde for,

as novas que aqui segredo.

Do paço, nem um murmúrio

ultrapassa a vigilância...

E não é de bom augúrio

viver-se assim na ignorância...

Esta mudez que se abate

sobre a cidade sitiada

parece o cão que não late

mas morde pela calada...

É tempo de dizer não

àquela chusma que come

a alvura do nosso pão

e se ri da nossa fome.

José-Augusto de Carvalho

11-11-2006

Viana do Alentejo * Évora * Portugal

Do livro em construção:

O MEU CANCIONEIRO

III Parte * Cantigas de escárnio e maldizer

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 12/11/2006
Código do texto: T289068
Classificação de conteúdo: seguro