PADRE ANCHIETA
Padre Anchieta querido,
Veio da Espanha ao Brasil.
Sábio, valente e vivido,
Do Pai um grande servil.
Desde a sua mocidade,
Queria a Deus se entregar,
Sentindo a felicidade
No peito desabrochar.
Quando ainda era noviço,
Sofreu pequeno acidente
E com seu defeito físico
Foi educar brava gente.
Missionário Jesuíta
Que só nos deixou amor.
Jamais será esquecida,
Da su’alma, a sua cor.
Pacifista e pregador,
Destemido e inteligente,
As palavras do Senhor,
Pregava sempre contente.
Foi também grande poeta,
Gramático admirável.
A sua principal meta:
Dar amor inabalável.
Apóstolo do Novo Mundo
Foi o nome que ganhou,
Por ter sido o Pai Segundo
Dos índios que tanto amou.
Nobre, justo e paciente,
Soube dar felicidade
E nos corações ardentes
Deixou enorme saudade.
Santa vida peregrina
Nunca deixou de viver.
Descalço na areia fina
Era feliz a escrever.
Muitos beijos e abraços,
Com ternura conseguia.
Unindo em eternos laços,
Sorrisos distribuía.
Calúnias nunca temia,
Nem tão pouco traições,
Toda vez as rebatia,
Orando aos vis corações.
Chegou mesmo a se entregar
Como refém aos silvícolas.
Sem medo e sem odiar,
Ensinou-lhes vida agrícola.
Foi então que escreveu,
Da Virgem o grande poema,
Que nas ondas se perdeu,
Gravou na mente suprema.
Deixou época marcada,
Legou seu nome ao Brasil,
Qual uma flor perfumada
Num jardim primaveril!
É o nosso primeiro santo,
Finalmente consagrado.
Vestirá dourado manto,
No céu será festejado.
Anjinhos em romaria,
Irmãos Santos a cantar.
Até a Virgem Maria
Vem para o glorificar!
Nos corações brasileiros
Ficará a Sua Imagem.
E jamais o mundo inteiro
Entenderá tal passagem.
Lindos lírios coloridos,
Aos seus pés estrelas mil.
- Vá, Anchieta querido,
E deixe bênçãos ao Brasil!