I N D A G A Ç Õ E S (1)
A vida é feita de indagações
e elas realmente existem,
por que será tantas opiniões
nunca jamais mudam, persistem ?
Quando nos versos me empenho
eu indago sem discernimento:
versos - engenhos do meu invento
ou inventos do meu engenho ?
Tempestades, vendavais,
maremotos, mar profundo,
outras eras foram iguais
ou o que há com este mundo ?
Como buscar as riquezas
nos rincões deste mundo,
se elas todas, sutilezas,
estão no meu EU profundo ?
E o nosso mundo como seria
queridos passarinhos, sem nós,
sem a minha rouca voz,
sem vosso gorgeio e cantoria ?
Existe uma melhor catarse
do que abertura para os céus,
usar do verbo, mostrar-se
para uma vida sem dedéus ?