NA MINHA TERRA, EM TRÁS-OS-MONTES
Debruçada na minha janela,
Observo o sol e o horizonte
Gosto de cada casinha singela
Que há aqui, em Trás-os-Montes!
Igual a este não há outro verde,
Aqui o sol da lua não se esconde,
Nos jardins as flores são mais belas
Na minha terra, Trás-os-Montes!
Espero que meu pai chegue da lida,
Cansado, de suor virá encharcado
Mas sempre sorrindo, feliz da vida
Por mais um lindo dia abençoado!
Quero sempre viver, perto da natureza,
O que ela nos dá saber aproveitar,
E, com carinho, coloca na nossa mesa,
Não há maior Bem do que dela cuidar!
Espero por ti, em Trás-os-Montes,
Aqui, onde as aves cantam mais,
É fresca e pura a água das fontes
E na minha mão pousam pardais!
Em Vilarinho, em Trás-os-Montes,
Morei numa linda e branca casinha,
À sua volta plantei lindas flores,
Quisera nela viver até ser velhinha!
Vilarinho é minha linda terra
Para mim, de todas a mais bela!
Sempre ouvi dizer aos meus pais:
Como a nossa terra não há mais!
Lembro aqueles dias que lá vão
Em que havia pouca diversão,
Apenas as familiares festanças
Que trazem tantas lembranças!
Havia festa no dia da matança
E também no Dia de Reis,
Todo mês de janeiro no dia seis,
Brincávamos e havia dança!
Saudade das festas de S. João,
Manjerico, vinho, sardinhadas,
Saudades da escola e do pião,
Saudades pra sempre gravadas!
Saudades dos bailes no salão,
Das festas na rua e no casarão
Na terra das moças formosas,
Na minha aldeia das rosas!
Minha paixão fala bem fundo,
Quero cantar, dizer com clareza,
Que a minha terra, com certeza,
É o melhor lugar do mundo!
E, se Portugal é um jardim,
Cada aldeia é um canteiro,
E digo sem nenhum rodeio
Que nunca vi canteiro assim!
Vilarinho, teu encanto e beleza,
Faz de ti a flor mais bela,
A melhor aldeia Portuguesa,
Em Trás-os-Montes, minha terra!
Cor, alegria, pão e vinho à mesa,
Nas vindimas e nas desfolhadas,
Herdaste da tradição portuguesa,
Cantigas, fados e desgarradas!
Os cachos de uvas douradas,
Que sublime encanto encerram!
Saudades das frutas perfumadas
Dos pomares da minha terra!
Escondida na encosta da Serra,
Todos nos orgulhamos dela!
Quem Vilarinho uma vez visitou
Sempre a Vilarinho voltou!
Tem muitos e bons nascentes
Ao fundo das suas vertentes,
Mas também no cimo dos montes
Nasce água pura das suas fontes!
Minha terra tem boas gentes,
Tempo frio, corações quentes,
Na verdade não há outra igual,
À minha terra, em Portugal!
E agora para bem terminar
Às entidades competentes
Um singelo pedido vou deixar:
Cuidem bem das nossas gentes!
07/09/2005