SEM PIJAMA
Chuva meu céu cinza fica
na curva ela se some
minh’alma dor uma tísica
de amor (saudade e fome)
A lua campeia a terra
esfriando o chão em brasa
ao céu a nêga me leva
no terreiro lá de casa
Ácidas dá pra notar
rimas minhas avermelhando
como ovas de aruá
no junco se balançando
Ela dobrou a esquina
seu olhar dobrou depois
segui-los foi minha sina
pra desgraça de nós dois
Quando ela piscou o olho
não medi o revestrés
hoje eu ando de molho
com chifre até nos pés
Deixa vendeira mimosa
como paga minha rima
chupar suas mangas rosa
da prateleira de cima.
PS – Nesta manhã de domingo, por breve instante, deixei cair o pijama da preguiça e, languidamente, ordenei estas letrinhas em trovas para gáudio daqueles que assim, como eu, em ócio remido, cismam em lamber com os olhos as presepadas escribais vez por outra acontecidas neste Recanto. Um ótimo domingo proceis.