SEM PIJAMA

Chuva meu céu cinza fica

na curva ela se some

minh’alma dor uma tísica

de amor (saudade e fome)

A lua campeia a terra

esfriando o chão em brasa

ao céu a nêga me leva

no terreiro lá de casa

Ácidas dá pra notar

rimas minhas avermelhando

como ovas de aruá

no junco se balançando

Ela dobrou a esquina

seu olhar dobrou depois

segui-los foi minha sina

pra desgraça de nós dois

Quando ela piscou o olho

não medi o revestrés

hoje eu ando de molho

com chifre até nos pés

Deixa vendeira mimosa

como paga minha rima

chupar suas mangas rosa

da prateleira de cima.

PS – Nesta manhã de domingo, por breve instante, deixei cair o pijama da preguiça e, languidamente, ordenei estas letrinhas em trovas para gáudio daqueles que assim, como eu, em ócio remido, cismam em lamber com os olhos as presepadas escribais vez por outra acontecidas neste Recanto. Um ótimo domingo proceis.

Sagüi
Enviado por Sagüi em 20/02/2011
Código do texto: T2803041
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