O VULTO
O grupo sai gargalhando
Qual pardal ao fim do dia.
Numa algazarra, chilreando,
Nos galhos da alegria.
Festejam o Fim do Ano;
Parecem transbordar de vida.
Não receiam o outono;
É primavera. Sem nostalgia.
Um vulto na janela,
Contempla tudo em silêncio.
Depois volta pra ‘cela’,
Vai remoer seu intento.
Não há lugar para ele,
De todos foi esquecido.
Esqueceu a prece,
Já não ouve os ‘sinos’.
Não ver no firmamento,
Uma luz jamais vista;
Que o acompanha qual vento,
Trazendo lhe a vida.
O vulto sempre ofegante,
Deixa então de gemer.
É que a Luz antes distante,
Veio lhe socorrer.