Homenagem ao cérebro.
Eu quero conhecer uma sereia
E dar um abraço numa simpática foca
Analizar o olhar de uma baleia
Compor poesia pra lagarta da mandioca.
Quero escalar uma geleira
Antes que tudo isso se acabe
Tranpor a cortina da cachoeira
E saber tudo o que um coelho sabe.
Preciso passar uns dias sem sonhar
A não ser com a geada da serra gaucha
Esse ano juro que eu preciso voar
E gritar que não acredito em bruxa.
De madrugada sair andando na chuva
E gritando que sempre amei a vida
E que a amizade tem gosto de uva
E minha alma não quer ser esquecida.
Vou saborear com mais atenção o vinho
E agradecer muito mais do que já agradeço
Com permissão da rosa vou elogiar o espinho
E provar que a função dele tem um preço.
Quero fazer homenagem ao meu cérebro
E infiltrar no mistério da existencia
Entender porque razão eu sempre celebro
Alguma coisa que me rouba a pasciencia.