Tomara que não seja abandono.
O grito de uma coruja
Chamou a minha atenção
Será um grito de solidão
Ou a espera que o sol surja.
Será que existe tristeza
No coração dessa ave
De fisionomia suave
Que ao meu ver tem beleza.
A madrugada está fria
Encoberta pela neblina
E essa ave de rapina
Talvez vê nisso poesia.
Ou quem sabe a corujinha
Só quer mesmo se divertir
Esperando o dia surgir
Pra não se sentir sozinha.
Pode ser que está sem sono
Só apreciando o escuro
A brisa mansa e o ar puro
Tomara que não seja abandono.
Dessa coruja assanhada
Eu só sei que virou verso
Por invadir o meu universo
Gritando na madrugada.