20 - TROVAS
20 - TROVAS
Nas coisas simples da vida
Impera a felicidade
É onde o amor tem guarida
E o tempo deixa saudades
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Oh ! que saudade me traz
Lembrança da tua rua
De quando eu era rapaz...
Ao gargarejo da lua !
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Sempre nos beijos primeiros
Amantes sorvem o mel
- P’ra nos beijos derradeiros
Sorverem a taça de fel
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Teu silêncio emudecido
Comove a minha alma
E este meu louco sentido
Nem a paz de Deus acalma
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Infeliz com minha mágoa
-Queimo feito brasa em frágua
E tu, meu sonho dourado,
Nem me percebes a teu lado
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Antes que perca a razão
Deixa-me morrer na ilusão
Oh! Deusa por piedade
Vê o amor que me invade
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São lúbricas as luxúrias
É esquálido o cemitério
A riqueza e a penúria
P’ra vida são um mistério
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Na rua deserta e fria
Densa garoa esconde a lua
Àquela hora dormia
A Deusa da minha rua
E eu que sonhava vê-la
Antes da noite chegar
Passei de pé ante pé
Para não a acordar
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Eu me vejo rebuscado
Rebuscado e sem valor
É como peixe fisgado
No anzol do pescador
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Se teu coração almejo
Tenho mais que cativá-lo
Não é na troca de um beijo
Que eu irei conquistá-lo.
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Se foi vontade de Deus
Não voltar à minha Pátria
Na imensidade dos céus
A passagem é mais barata.
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Choram por mim de saudade
As pedras da tua rua
Teu amor foi na verdade
Igual às fases da lua
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Eu já cansei de esperar
Pela tua indecisão
Teu amor foi de amargar
Só feriu meu coração
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Aquele teu primeiro olhar
Prendeu o meu coração
Passo noites a pensar
Pela tua decisão
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Desde o dia que te vi
Acabou o meu sossego
Agora gostar de ti,
É um mal que já carrego
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Coração a palpitar
No peito cheio de amor
Palavras a tremular
Para te dizer... amor
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É difícil encontrar
Alguém que goste de mim
Eu não canso de esperar
Que tu me digas que sim.
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Rapaz novo é atrevido
Julga o mundo a seus pés
Às vezes não dá ouvido
Ao sentido das marés
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Só quem no peito não tem
Um coração a pulsar
Pode dizer que na vida
Nunca soube o que é amar !
São Paulo, 26/02/2010
Armando A. C. Garcia
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