Falando sem ironia.

Eu sou a conta do terço

E a corda de uma viola

Sou algo que não tem preço

Sou o ar que enche uma bola.

Sou um grito na madrugada

E um susto que sacode

Uma presença que agrada

E um balão que explode.

Sou a pena de um pardal

A mercê de uma ventania

Sou o diamante num pedestal

Uma noite escura e fria.

Sou a janela que se abre

Com a força da tempestade

Do metal eu sou o zinabre

Sou a dor de uma saudade.

Sou a bengala que apoia

A caminhada do idoso

Sou a linha forte ta tróia

Dono de um coração ansioso.

Sou um amante da poesia

A gota de orvalho na roseira

Agora falando sem ironia

Eu sou só o Pedro Nogueira.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 31/10/2010
Código do texto: T2589069
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