À Flor
A flor orvalheira
calada, calada em si
Única derramadeira
de perfume em meu jardim!
Comporta-se no prado
Num prado que não tem fim
Sem olhar para os lados
Só o olhar de mim!
A flor orvalheira
calada, calada em si
Única derramadeira
de perfume em meu jardim!
Meu olhar lhe osculam distante
Mas tão perto, tão pertinho
Fragancia-me irrevogante
E me recrio
O tempo não vaga tremulante
Parece um desmaio no vento.
As mão do mar são vistos errantes
Os sóis cativos no firmamento
A flor orvalheira
calada, calada em si
Única derramadeira
de perfume em meu jardim!
Ás vezes eu ego: uma jovem rebeldia
Não sabe em que tom se calar
Consegue da noite pro dia
Á linda harmonia desfalar!
Porém, como toda flor florida
É sonho de canto e de amor
É pouso na esperança
E é da lembrança a viva cor!
Não quero que lhe brotem espinhos
Pu que se vá perniciosamente morrer
Quero juntar o seu carinho
Todos os dias em que eu viver...