À Flor

A flor orvalheira

calada, calada em si

Única derramadeira

de perfume em meu jardim!

Comporta-se no prado

Num prado que não tem fim

Sem olhar para os lados

Só o olhar de mim!

A flor orvalheira

calada, calada em si

Única derramadeira

de perfume em meu jardim!

Meu olhar lhe osculam distante

Mas tão perto, tão pertinho

Fragancia-me irrevogante

E me recrio

O tempo não vaga tremulante

Parece um desmaio no vento.

As mão do mar são vistos errantes

Os sóis cativos no firmamento

A flor orvalheira

calada, calada em si

Única derramadeira

de perfume em meu jardim!

Ás vezes eu ego: uma jovem rebeldia

Não sabe em que tom se calar

Consegue da noite pro dia

Á linda harmonia desfalar!

Porém, como toda flor florida

É sonho de canto e de amor

É pouso na esperança

E é da lembrança a viva cor!

Não quero que lhe brotem espinhos

Pu que se vá perniciosamente morrer

Quero juntar o seu carinho

Todos os dias em que eu viver...

lucheco
Enviado por lucheco em 06/10/2006
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