Sò o poeta vê.
Eu quero falar de detalhes
Do cotidiano da vida
Coisas tão simples e singelas
Que passam despercebidas
Uma fragil borboleta
Mas, linda bela e tão colorida
E as aguas mansas do rio
Levando uma flor caida.
Uma cigarra barulhenta
Cantando descontraida
E uma minuscula abelha
Na sua missão imbuida
E as formigas ligeiras
Que trabalham desinibidas
Um caracol solitario
Que não quer saber de corrida
Dois filhotes em um ninho
Anciosos pela comida.
Uma pequena joaninha
Na folha da margarida
E uma lagarta engraçada
Cinzenta fina e comprida
Por ser da cor da madeira
Se acha tão camuflada e escondida
Por nada, suspeita e para
Mas deixa a antena erguida.
A casa do João de barros
Estrategicamente construida
No galho de uma bela paineira
Que se destaca por estar florida
E a florzinha da laranjeira
Branca pequena e tão linda
Exalando um suave perfume
Quando a madrugada se finda.
Pequenas flores silvestres
Durante a noite invadidas
Pelo frescor do sereno
E ainda umidecidas
Com suas cores diversas
Parecem dar boas vindas
Coisas que sò um poeta vê
No meio de suas trovas perdias.