Perdido
Quando foi que me perdi
anelando o teu abraço?...
Quando foi que sucumbi
quimerando o teu regaço?...
Quando foi que o ledo mundo
transformou-se em mar de dor
e a tristeza em meu profundo
fez-me ver: não tenho amor?
Foi na lágrima pungente
que rolou na face triste,
que caiu subitamente
quando não estava em riste...
Foi no dia ensolarado
que me vi sozinho e enfermo
com meu peito lacerado
sem letícia, preso em termo...
Foi na noite solitária
onde tudo em volta é breu?...
Eu não sei... Talvez a vária
comoção deste leneu
Foi no dia da partida
do meu puro coração...
Não pergunte a mim querida
Que estou cego e sem ação,
Não pergunte a mim querida
que estou punge deste, então,
que não vejo mais saída
para a mórbida aflição...