Perdido

Quando foi que me perdi

anelando o teu abraço?...

Quando foi que sucumbi

quimerando o teu regaço?...

Quando foi que o ledo mundo

transformou-se em mar de dor

e a tristeza em meu profundo

fez-me ver: não tenho amor?

Foi na lágrima pungente

que rolou na face triste,

que caiu subitamente

quando não estava em riste...

Foi no dia ensolarado

que me vi sozinho e enfermo

com meu peito lacerado

sem letícia, preso em termo...

Foi na noite solitária

onde tudo em volta é breu?...

Eu não sei... Talvez a vária

comoção deste leneu

Foi no dia da partida

do meu puro coração...

Não pergunte a mim querida

Que estou cego e sem ação,

Não pergunte a mim querida

que estou punge deste, então,

que não vejo mais saída

para a mórbida aflição...

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 16/10/2010
Código do texto: T2561084
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