Fingindo que me afaga.
Já passa das onze
Eu quero muito dormir
E como um sino de bronze
Lembranças a retinir.
Vai longe a minha mente
Sem sair do lugar
A pergunta é persistente
Porque fui te amar?
Minha paz foi embora
Depois de te conhecer
Me ensiene agora
Como faço pra te esquecer.
Vinte quatro horas por dia
É em você que eu penso
E vou fazendo poesia
Desse martirio imenso.
Acho que mais uma noite
Eu vou passar acordado
A mercê de um açoite
Insano e bem desalmado.
Que vai deixando marca
Que não mais apaga
Quando a saudade ataca
Fingindo que me afaga.