Observando um otário.

Eu sou a casca da uva

Sou o barulho da cachoeira

Sou um sagui andando na chuva

Sou uma cigarra na roseira.

Sou um risco no papel

E o uivo de um lobo

Por conta de dois olhos de mel

Eu já fiz papel de bobo.

Sou a lente de contato

Uma latinha na enxurrada

O milho que foi jogado ao pato

Sou quem te visita na madrugada.

Sou uma humilde semente

A pena que a pomba perdeu

Sou um projeto de gente

Que só escrever aprendeu.

Sou uma gaiola aberta

A liberdade de um canario

Sou uma rua deserta

Observando um otário.

Sou o corrimão mão da escada

Tambem o segredo de um cofre

Sou uma luz quase apagada

Um simples pecador que sofre.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 22/09/2010
Reeditado em 23/09/2010
Código do texto: T2514728
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