Sou um verso inacabado.
Eu sou o brilho do ouro
Desse anel na tua mão
Sou um feioso besouro
Desnorteado sem direção.
Sou uma gota de orvalho
Que vai umidecer a relva
Sou o sete paus do baralho
O grito de um babuino na selva.
Sou um fugitivo do ódio
E um garimpeiro do amor
Sou a medalha no pódium
A petála macia de uma flor.
Sou o toque da campainha
A chave de um oratório
Um peregrino que caminha
Sou o soluço no velório.
Sou um aluno aplicado
Sou o grampo no papel
Sou um trovador apaixonado
Por dois lindos olhos de mel.
Sou um verso inacabado
A busca da inspiração
Sou o perfume que exala
De uma bela rosa em botão.