Da pagina da cartilha.

Sou simplesmente a fuligem

Sou uma pequena semente

Do ferro sou a ferrugem

E da porta sou o batente.

Sou a escala da régua

E da caneta sou a tinta

A saudade que não dá trégua

Eu sou uma lei já extinta.

Da roseira sou a seiva

Gota de orvalho na campina

Sou um barquinho a deriva

Pelo capricho de uma menina.

Sou a luz da lua cheia

O perfume da rosa branca

Sou o teu rastro na areia

O jornal de ontem na banca.

Sou a conta do teu rosário

Que ao orar você dedilha

O humilde destinátario

Da pagina de uma cartilha.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 01/09/2010
Código do texto: T2473397
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.