Da pagina da cartilha.
Sou simplesmente a fuligem
Sou uma pequena semente
Do ferro sou a ferrugem
E da porta sou o batente.
Sou a escala da régua
E da caneta sou a tinta
A saudade que não dá trégua
Eu sou uma lei já extinta.
Da roseira sou a seiva
Gota de orvalho na campina
Sou um barquinho a deriva
Pelo capricho de uma menina.
Sou a luz da lua cheia
O perfume da rosa branca
Sou o teu rastro na areia
O jornal de ontem na banca.
Sou a conta do teu rosário
Que ao orar você dedilha
O humilde destinátario
Da pagina de uma cartilha.