Isso è a lembrança.

Sò quem nasceu là no sertão

Vai entender do que agora eu falo

Falo de uma roseira em botão

No raiar do dia o cantar de um galo

O murmurar de um ribeirão

E o relinchar de um cavalo.

Falo da relva verdejante

De manhanzinha coberta de orvalho

O repicar de um berrante

A paineira florida e o carvalho

O ninho de um passarinho

Que o vento balança na ponta de um galho.

Lembro do munjolo e a vendinha

Vejo o caboclo com sua fè

A oração na capela a tardinha

E a linda florada do cafè

Flores coloridas margeando a estradinha

Dezenove de Março a festa de São josè.

Recordo a juventude que se foi

Me conformo pois foi bem vivida

Ouço o cantar de um carro de boi

e a cachoeira que de longe era ouvida

Vejo o pomar a roça e a horta

Sinto o perfume da laranjeira florida.

Lembro o cachorro por nome;Marcante

E a boiada carreira o dodoi do papai

Me recordo a festa junina

O som da sanfona da cabeça não sai

A pinguela,o que è hoje ninguem imagina

Isso è lembrança do sertão de um tempo longe vai.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 21/09/2006
Código do texto: T246039
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.