Eu sou o grão de café.

Sou a penumbra da sala

Sou simplesmente agora

Eu sou o papel de bala

Que todos jogam fora.

Do leite sou a nata

Sou uma folha caida

Sou a caneta de prata

Discreta e desinibida.

Da bussula sou o ponteiro

Que apota para o norte

Do teu olhar sou prisioneiro

e do punhal sou o corte.

Sou o trotear de um cavalo

Que faz levantar poeira

Sou o cantar de um galo

Um ovo de cobra na pedreira.

Eu sou um grão de café

Admirando a lua cheia

Que impulsiona a maré

A a faz avançar na areia.

Sou a chama viva da vela

Uma rosa branca no altar

Da saudade sou a sequela

Fazendo um coração chorar.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 23/08/2010
Código do texto: T2455058
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