Um torpedo teleguiado.
Eu sou o bronze do sino
Sou uma cerca de arame
Sou um trovador menino
Sou o bolso da baldrame.
Um laço enroscado na chincha
De uma sela toda dourada
Um boideiro que não pechincha
Mas tambem não leva a boiada.
Sou uma carteira de couro
A redea que não dá trégua
Sou um bau de tesouro
A primeira braça da légua.
Sou a agua mansa do lago
A copa de um alto pinheiro
Do ébrio sou o primeiro trago
E da tropa sou o sinueiro.
Sou a correnteza bravia
Um torpedo teleguiado
Sou o cheiro da maresia
E o vapor do chão molhado.
Sou quem tenta entender
O impossivel de ser entendido
Sou aquele que vive a tremer
Com medo de ser esquecido.