Um torpedo teleguiado.

Eu sou o bronze do sino

Sou uma cerca de arame

Sou um trovador menino

Sou o bolso da baldrame.

Um laço enroscado na chincha

De uma sela toda dourada

Um boideiro que não pechincha

Mas tambem não leva a boiada.

Sou uma carteira de couro

A redea que não dá trégua

Sou um bau de tesouro

A primeira braça da légua.

Sou a agua mansa do lago

A copa de um alto pinheiro

Do ébrio sou o primeiro trago

E da tropa sou o sinueiro.

Sou a correnteza bravia

Um torpedo teleguiado

Sou o cheiro da maresia

E o vapor do chão molhado.

Sou quem tenta entender

O impossivel de ser entendido

Sou aquele que vive a tremer

Com medo de ser esquecido.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 21/08/2010
Código do texto: T2451207
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