Medo

Eu me perco neste medo...

O meu fúnebre calvário,

porque sou pequeno e quedo

e sou muito solitário.

Amarguei na dor da morte

quando vi o amor partir

e jogado à própria sorte

sem presente, sem porvir...

Percebi depois que os anos

se passaram... e eu sem palma,

mais ciente e sem enganos,

feneceu parte dest' alma.

Hoje tenho mil complexos,

tenho medo da paixão,

rejeitar os bons amplexos

eu não posso, coração.

Mas, por que sou sonhador

e desejo tanto amar?

A carência cria a dor

mesmo quando há luar.

Droga! Droga! Mais que droga!

Vou sonhado o corpo quente,

relaxante como yoga

mesmo estando só, silente.

Se meu sonho se tornasse

uma dúlcida verdade

sairia desse impasse,

viveria em claridade.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 21/08/2010
Código do texto: T2450759
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