Medo
Eu me perco neste medo...
O meu fúnebre calvário,
porque sou pequeno e quedo
e sou muito solitário.
Amarguei na dor da morte
quando vi o amor partir
e jogado à própria sorte
sem presente, sem porvir...
Percebi depois que os anos
se passaram... e eu sem palma,
mais ciente e sem enganos,
feneceu parte dest' alma.
Hoje tenho mil complexos,
tenho medo da paixão,
rejeitar os bons amplexos
eu não posso, coração.
Mas, por que sou sonhador
e desejo tanto amar?
A carência cria a dor
mesmo quando há luar.
Droga! Droga! Mais que droga!
Vou sonhado o corpo quente,
relaxante como yoga
mesmo estando só, silente.
Se meu sonho se tornasse
uma dúlcida verdade
sairia desse impasse,
viveria em claridade.