Um velho pergaminho.

Eu sou a sede de amor

Na entrelinha do verso

Sou o amante de uma flor

A mais bonita do universo.

Sou apenas um descuido

Da natureza caprichosa

Sou um espinho ponteagudo

Defendendo a linda rosa.

Eu sou um grão de areia

Bem pequenino e aleijado

Sou um mosquito na teia

Um besouro desalojado.

Eu sou um rio de desejo

Sou uma impressoa em ação

Sou a espera por um beijo

Que causa muita tribulação.

Eu sou o fim de um caminho

Sou só um coiote assustado

Sou apenas um velho pergaminho

Um coração perdidamente apaixonado.

Sou uma caneta deslizando

Manchando de verso o papel

E silenciosamente confessando

Amar um par de olhos de mel.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 16/08/2010
Código do texto: T2442328
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