Um velho pergaminho.
Eu sou a sede de amor
Na entrelinha do verso
Sou o amante de uma flor
A mais bonita do universo.
Sou apenas um descuido
Da natureza caprichosa
Sou um espinho ponteagudo
Defendendo a linda rosa.
Eu sou um grão de areia
Bem pequenino e aleijado
Sou um mosquito na teia
Um besouro desalojado.
Eu sou um rio de desejo
Sou uma impressoa em ação
Sou a espera por um beijo
Que causa muita tribulação.
Eu sou o fim de um caminho
Sou só um coiote assustado
Sou apenas um velho pergaminho
Um coração perdidamente apaixonado.
Sou uma caneta deslizando
Manchando de verso o papel
E silenciosamente confessando
Amar um par de olhos de mel.