Esse imaginário perfume.
Meias e blusa de lã
O frio está judiando
Um chá morno de hortelã
Caneta na mão e pensando.
O que vou escrever agora
Se não pretendo falar mais dela
Não quero que a alma chora
De saudade da flor bela.
Inspiração eu tenho de sobra
Pois tudo pode virar poesia
Mesmo que a saudade cobra
Um pouco mais de alegria.
Enquanto a noite fria avança
Vou agora esquentar o meu chá
Acho que escreverei sobre esperança
De que ela possa ainda voltar.
Talvez eu componha uma oração
Para agradecer pelo ar que respiro
E as batidas do meu coração
Ou a natureza que tanto admiro.
Quem sabe falo de vagalume
Ou dessa bela lua crescente
Mas e esse imaginário perfume?
Que agora o meu coração sente.