Ilhéus, a terra.

Terra da dengosa Gabriela.

Retratada, em Jorge, como faceira.

De cheiro gostoso cravo e canela,

De modo ingênuo, vivia de brincadeira.

Terra da praça J.J. SEABRA.

Lá Sapho, a estátua, fica.

Na América do Sul, a única que há.

Vale fazer-lhe uma visita.

Terra da praça do cacau.

Onde morenas se deleitam ao amar.

Sentadas, em pé ou junto ao degrau,

Sentindo o gostinho do mar.

Terra da Lagoa Encantada,

Em branco véu de noiva, a cascata.

Pelos poetas, sempre venerada,

Grita elegante no silêncio da mata.

Terra da Avenida Dois de Julho.

Onde o sol se põe em poesia.

O ilheense se volta com orgulho.

Ao contemplar o fenômeno alegria.

Terra do Pontal tropical.

Lugar de prazer e amor.

Ali nada é artificial,

Ilha bela, cheia de calor!

Terra do badalado Vesúvio.

O Nacib fez seu habitar.

Com sol causticante ou dilúvio,

É o lugar de prosear.

Terra do cabaré Bataclan.

Na Praça José Marcelino se exibia.

Há lembrança e muito afã,

Da cafetina que o fazia.

Terra do coronel poderoso.

Suspirava dinheiro e poder.

Na lapela ar misterioso,

De um homem que escondia o sofrer.

Terra do Ceamev.

Colégio simples e acolhedor.

Guarda o carinho do mestre

Que ao aluno, fez doutor.

A terra é do sem fim.

Assim disse o amado Jorge.

Em seu narrar há lirismo, sim.

Porém deixou o romantismo em nós.

Tunin
Enviado por Tunin em 07/08/2010
Código do texto: T2424245