O FUSQUINHA ESPERTO
De supetão, eu avisto,
Um caminhão empenado,
Vem grudado feito cola,
Eu, um fusquinha sem trato.
Num imprensado me vejo:
Um monstro soltando fumaça,
Pelas ventas saindo veneno;
E à frente... Uma truncada.
O negócio é arriscado,
Mas tenho que tentar.
Acelerei, e passei de lado
Sentindo a orelha murchar.
Rabeei uma olhada,
Recebi uma careta.
Devolvi uma apitada
Medo!Fugi da carreta.
Devo na minha ficar,
Mas, sei que fui educado.
E por todo canto haverá
Carro mal educado.
Antes de chegar em casa,
Desci um ladeirão.
Eita, fusquinha nata,
Não ‘nega fogo’, não!
Outra vez levei um susto:
Divisei o caminhão!
Corri feito um louco,
Deixei pra trás, o doidão.
Sosseguei as rodas,
Uma tosse a me sufocar,
Fiquei com a língua de fora,
Até na garagem entrar.
Foi então que percebi
Aonde o monstro veio morrer.
Bem em frente de mim,
As botas... Veio bater.
Faltou freio no tonto.
Quase matou um montão.
Se eu não fosse esperto,
Tinha virado um latão.