O FUSQUINHA ESPERTO

De supetão, eu avisto,

Um caminhão empenado,

Vem grudado feito cola,

Eu, um fusquinha sem trato.

Num imprensado me vejo:

Um monstro soltando fumaça,

Pelas ventas saindo veneno;

E à frente... Uma truncada.

O negócio é arriscado,

Mas tenho que tentar.

Acelerei, e passei de lado

Sentindo a orelha murchar.

Rabeei uma olhada,

Recebi uma careta.

Devolvi uma apitada

Medo!Fugi da carreta.

Devo na minha ficar,

Mas, sei que fui educado.

E por todo canto haverá

Carro mal educado.

Antes de chegar em casa,

Desci um ladeirão.

Eita, fusquinha nata,

Não ‘nega fogo’, não!

Outra vez levei um susto:

Divisei o caminhão!

Corri feito um louco,

Deixei pra trás, o doidão.

Sosseguei as rodas,

Uma tosse a me sufocar,

Fiquei com a língua de fora,

Até na garagem entrar.

Foi então que percebi

Aonde o monstro veio morrer.

Bem em frente de mim,

As botas... Veio bater.

Faltou freio no tonto.

Quase matou um montão.

Se eu não fosse esperto,

Tinha virado um latão.

Ione Sak
Enviado por Ione Sak em 26/07/2010
Código do texto: T2400844
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