ME FAÇA DE UM SAFADO

Me faça de um safado,

Mas não reclame da sorte,

E nem invoques a morte,

Pra resolver teus enfados.

Queres de mim um boêmio,

Um amante sem medidas,

Eu continuo te fazendo,

Chamegos nas despedidas.

Nunca vi um ocupado,

Dedicado as caricias,

Nem tão pouco devotado,

Ao acato das malicias.

Não lhe sobra tempo hábil,

Para ver as pegadinhas,

Tramada pelas mulheres,

Pra ficar mais gostosinhas.

O batom sabor de frutas,

A calçinha perfumada,

Não faz a menor disputa,

Para um corpo enfadado.

A fêmea entra no cio,

O sujeito nem da conta,

Ela tem seus arrepios,

Ele logo febre aponta.

Lhe sugere ir ao médico,

E fazer uma consulta,

Ela vira na molesta,

E diz ou filho da puta.

Te meto um par de chifre,

E gravo na minha mente,

Faço disto uma grife,

E tu que me represente.

Então vem o desalento,

A discórdia do casal,

Ela diz não te agüento,

Porque me faz tanto mal.

O homem sem entender,

Diz eu separo de você,

Mas não assumo esta culpa,

A decadência nos venceu.

Redondilhas maior, são estrofes construídas com quatro versos, contendo sete silabas em cada.