Outra coisa não sei ser.

Eu sou a vida passando

Sou o orvalho da manhã

Um colibri assediando

A rosa da qual é fã.

Sou o relógio parado

Enquanto a vida anda

Um trovador apaixonado

Sou a questão da demanda.

Sou aquele dia chuvoso

O cheiro da terra molhada

Sou um coração carinhoso

Se declarando a amada.

Sou um vestido verde

De chocolate manchado

Sou o balanço da rede

Sou um lobo acuado.

Na verdade eu sou só amor

Outra coisa não sei ser

Sou o carisma de uma flor

Que aprendeu escrever.

Sou uma palavra escondida

Numa pagina amarelada

Sou apenas sede de vida

E a curva de uma estrada.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 23/06/2010
Código do texto: T2337769
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