Outra coisa não sei ser.
Eu sou a vida passando
Sou o orvalho da manhã
Um colibri assediando
A rosa da qual é fã.
Sou o relógio parado
Enquanto a vida anda
Um trovador apaixonado
Sou a questão da demanda.
Sou aquele dia chuvoso
O cheiro da terra molhada
Sou um coração carinhoso
Se declarando a amada.
Sou um vestido verde
De chocolate manchado
Sou o balanço da rede
Sou um lobo acuado.
Na verdade eu sou só amor
Outra coisa não sei ser
Sou o carisma de uma flor
Que aprendeu escrever.
Sou uma palavra escondida
Numa pagina amarelada
Sou apenas sede de vida
E a curva de uma estrada.