Sou o ideal de uma busca.
Sou um lobo uivando
De olhos fixos na lua
Sou alguem amando
Sentindo a falta tua.
Sou um ribeirão que corta
A imensa e verde campina
Sou o que menos importa
Sou uma ave de rapina.
Sou a pedra do alicerce
Sou a chuva de graniso
Sou o fervor da tua prece
Num momento indeciso.
Sou simplesmente a partida
Sou o som do desconhecido
E a história de uma vida
De um pobre poeta esquecido.
Sou aquele sabiá que canta
No galho da laranjeira
Sou a beleza que encanta
Sou o mourão da porteira.
Sou o ideal de uma busca
Sou o gume da espada
Sou a estrela que ofusca
Com brilho da alvorada.