Escrevendo sobre o amor.
Eu sou as contas do terço
E as cordas de uma viola
Sou o balanço do berço
E um canário na gaiola.
Sou a geada na relva
Sou uma foto na carteira
A onça solta na selva
O respingo da cachoeira.
Sou a caneta de prata
Escrevendo sobre o amor
Sou o acorde da serenata
O nectar doce da flor.
Sou a bengala do idoso
O relógio lá na parede
Sou o chocolate cremoso
Que manchou o vestido verde.
Sou uma petála guardada
Numa pequena caixinha azul
Sou o verde de uma invernada
Do Belo Rio Grande do Sul.
Sou o nada e sou o tudo
Sou a vontade vencer
Sou o emblema do escudo
A neblina no amanhecer.