A BORBOLETA E O BORBOLETÃO
Ela era tão graciosa,
Em sua liberdade juvenil:
Sonhava voar alto,
Descobrir encantos mil.
Mas um dia tudo mudou:
Veio um borboletão,
Oferecendo com ardor,
Mistérios e emoção.
A jovem borboleta ficou,
Encantada e sem precaução.
Foi viver sob as asas,
Do astuto borboletão.
Acomodada, a borboleta,
Perdeu todo seu brilho.
Aceitando as correias,
Que a colocaram nos trilhos.
Tentou encaixar-se
Nos modelos impostos;
Borboletão ditava,
E isso lhe dava desgosto.
Desaprendeu a voar;
As antenas pra nada serviam.
Assim foi vivendo a lamentar,
Porque ‘vozes’ já lhe sacudiam.
Fora preciso uma pancada,
Que lhe causou amputação.
Descobriu então, quem ainda era;
E que podia viver sem o borboletão.