TROVAS DIVERSAS (1)

Uma quadra, uma trova

Não soube dizer o quê

Se foi quadra quem lhe prova

Se foi trova diz você.

Este pequeno improviso

Formará linha-retângulo

De todo o lado eu diviso

Ter 90º graus de ângulo.

Tarde de inverno sem gente

Só folhas ao vento e pios

Dão ar de paz diferente

Igual à beira dos rios.

Crianças assopram cornetas

Cachorros sem parar latem

Guris soltam espoletas

Saudades da infância batem...

Domingo depois do almoço

Vem na lembrança a saudade

Dos puros tempos de moço

Em que eu tinha liberdade!

O Poeta no seu lirismo

Declama verso bonito

Para levar quem - no abismo -

Quer encontrar o infinito!

Divina Estrela de Luz!

Alimenta os que tem fome!

Salva os que morrem na cruz!

Ouve os que gritam teu nome!

Navego a nau da quimera

No além mar deste inconsciente!

Vou desvelando o que impera

No lado oculto da mente!

Meu poema sobe a montante

Do rio que pulsa latente

Pelo coração estuante

No destino da nascente.