Sou a caligráfia feminina.

Sou a alma embriagada

Sou a dose de aguardente

A poeira de uma estrada

Uma tarde de sol bem quente.

Sou o verde desse vestido

Que o meu coração admira

Sou o suor escondido

Na barba de um caipira.

Eu sou a profissão

Que leva o pão pra casa

Sou simplesmente paixão

Um amontoado de brasas.

Sou aquele espinho

Que a rosa tanto confia

Sou pedra no teu caminho

E uma geada espessa e fria.

Eu sou um risco de tinta

Esquecido em um papel

Sou aquela alma distinta

Que ama teus olhos de mel.

Sou a letra feminina

Que subscreve o envelope

E sou a intuição felina

Que desconhece a Penélope.

Sou aquela velha balança

Que pesa a tua conciencia

Sou o juiz da tua arrogancia

Que você chama de esperiencia.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 22/04/2010
Reeditado em 22/04/2010
Código do texto: T2213112
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.