Sou a caligráfia feminina.
Sou a alma embriagada
Sou a dose de aguardente
A poeira de uma estrada
Uma tarde de sol bem quente.
Sou o verde desse vestido
Que o meu coração admira
Sou o suor escondido
Na barba de um caipira.
Eu sou a profissão
Que leva o pão pra casa
Sou simplesmente paixão
Um amontoado de brasas.
Sou aquele espinho
Que a rosa tanto confia
Sou pedra no teu caminho
E uma geada espessa e fria.
Eu sou um risco de tinta
Esquecido em um papel
Sou aquela alma distinta
Que ama teus olhos de mel.
Sou a letra feminina
Que subscreve o envelope
E sou a intuição felina
Que desconhece a Penélope.
Sou aquela velha balança
Que pesa a tua conciencia
Sou o juiz da tua arrogancia
Que você chama de esperiencia.