CANTO CHORADO

Eu canto o céu estrelado
Mas canto a lama do chão
Canto o cantor inspirado
Que faz da vida canção.

Eu canto a dor da saudade
Que me fere aqui no peito
Eu canto a desigualdade
Da vida e seus preconceitos.

Eu canto à tarde cinzenta
O pranto que derramei
Canto a dor que me atormenta
Pelas quais sempre chorei.

Eu canto as noites indormidas
Canto o espinho e a flor
Canto a esperança perdida
Nos braços do desamor.

Eu canto a minha verdade
Pintada de solidão
Eu canto a minha cidade
Cantando a inspiração.

Cantando o amor que termina
Até os sonhos desfeitos
Também a dor que se finda
Quando já não dói no peito.


Brasília, 21/04/2010