TROVAS
A cada vez que te vejo,
os pés me fogem da terra,
e sinto o gosto do beijo
que meu desejo encerra.
Na vida, há falsas estrelas
formando constelação.
Muitas delas são cadentes,
passam pela vida em vão.
Se me meto a fazer verso,
misturo ainda amor e dor.
Há meu lugar no Universo,
quando me acho trovador.
Fiz trova de “pé-quebrado”,
consultei o ortopedista,
que me disse, assustado:
– Sou doutor, não sou artista.
Então, tu dizes que me ama?
mas eu não sei se acredito,
pois tu carregas fama
de negar o que foi dito.
NOVAIS NETO. Meu Lugar é Aqui no Centenário de Santa Maria da Vitória. Salvador: NN, 2009, p. 45. 160p.
A cada vez que te vejo,
os pés me fogem da terra,
e sinto o gosto do beijo
que meu desejo encerra.
Na vida, há falsas estrelas
formando constelação.
Muitas delas são cadentes,
passam pela vida em vão.
Se me meto a fazer verso,
misturo ainda amor e dor.
Há meu lugar no Universo,
quando me acho trovador.
Fiz trova de “pé-quebrado”,
consultei o ortopedista,
que me disse, assustado:
– Sou doutor, não sou artista.
Então, tu dizes que me ama?
mas eu não sei se acredito,
pois tu carregas fama
de negar o que foi dito.
NOVAIS NETO. Meu Lugar é Aqui no Centenário de Santa Maria da Vitória. Salvador: NN, 2009, p. 45. 160p.