ANONIMAMENTE

É tão difícil dormir
E se adormeço não sonho,
Se sonho não estou aqui
Quem está é o abandono;

E assim vou descrevendo
Enquanto o sono não vem
Já que só dormindo sonho
Os sonhos que outros têm.

E desfiando a meada
Da teia das nossas vidas
Como estou sempre acordada
Vou percorrendo avenidas.

Nas avenidas sem nomes
Como eu anonimamente
A saudade às vezes some
Passo a passo com a gente.

Assim sem fingir caminho
De braços com a saudade
Reescrevendo o destino
Sem cultivar falsidade.

Brasília, 06/04/2010