TROVAS (em liberdade)

A dizer nunca quem se atreve?

Não digam não que é mentira

É que na vida tudo é breve

Diz-se agora, e logo vira...

Peco sempre que p'ra ti olho

E peco só de pensar em ti

- Se ando à chuva me molho

- E por te amar me perdi!

Mas se pecar eu não posso

Se teu amor já não mereço

Ainda do teu mel me adoço

A sonhar contigo adormeço.

Se ser pobre é ultraje...

E ser rico filho de Deus

Morrendo escrevam na lage...

Pobre morri p'los olhos teus.

Por mim em todo o caso

Ainda que modéstia àparte

Me conquistáste por acaso!

Eu te conquistei com arte.

Trago meu coração quente

Nos quatro cantos palpita

Remando contra a corrente

Grita por ti, ainda grita

Mas se ele algum dia morrer

Morrerá como um mendigo...

De pedir e tanto querer

Poder levar-te comigo.

A noite espanta medos

Aprendi a enfrentá-los!

Dou-lhe a guardar segredos

Que ela bem sabe guardá-los.

Tantas lembranças guardadas

Do passado donde venho.

Feito de grandes caminhadas

Tantas saudades já tenho.

Ruas desertas do pensamento

Passeiam palavras sem sentido

No peito o amor é sentimento!

Nos olhos lágrimas de vidro.

Meu Amor morreu de dor

Por não ser a perfeição

Morreu tal qual uma flor...

Caída, murcha no chão.

natalia nuno