O AMÔ É FOGO QUI ARDE E NUN SE VÊ

Hoje tô cum’desassossego!...

Deve se pur causo do amô

Qui me arde aqui no peito.

È uma quintura tão grande

Que parece inté foguera

Em noite de São Juão!

Me adiscurpe seu moço

Mais não tô prá prosa não,

A Mariquinha se foi

Me dexô na solidão.

Parece qui tô cum’a firida

Bem dentro do coração!

Num tô de vadiação,

Se ela vortasse,

Ah! se ela vortasse!...

Me ajueiava a seus pé

Lhe implorano qui ficasse.

Sei que ela é “safadinha”

Mas é disso qui sinto sordade

O xodó da Mariquinha

Atiça a minha vontade!

zaque
Enviado por zaque em 13/03/2010
Reeditado em 13/03/2010
Código do texto: T2136501