O AMÔ É FOGO QUI ARDE E NUN SE VÊ
Hoje tô cum’desassossego!...
Deve se pur causo do amô
Qui me arde aqui no peito.
È uma quintura tão grande
Que parece inté foguera
Em noite de São Juão!
Me adiscurpe seu moço
Mais não tô prá prosa não,
A Mariquinha se foi
Me dexô na solidão.
Parece qui tô cum’a firida
Bem dentro do coração!
Num tô de vadiação,
Se ela vortasse,
Ah! se ela vortasse!...
Me ajueiava a seus pé
Lhe implorano qui ficasse.
Sei que ela é “safadinha”
Mas é disso qui sinto sordade
O xodó da Mariquinha
Atiça a minha vontade!