27 - TROVAS
27 - TROVAS
Certos momentos da vida
São sinônimo de aflição
Chegasse a morte, era tida
Como a grande solução
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Esta luta que se trava
Entre o ser e o parecer
É a premissa escrava
No íntimo de cada ser
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Avistei num outro porto
As luzes do teu batel
Teu amor p’ra mim está morto
Louco fui, quando cri nele
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Se saudade alguma tinha
Quem m’a deu, tirou também
Não sinto saudade nenhuma
A não ser de minha mãe
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De aparência postiça
Assim o é tua vida
Pareces moça castiça
Quando tens, folha corrida
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Tangendo as cordas do bem
Tange amor, tange ternura
Tange igual amor de mãe
Respeito a toda criatura
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Quando a Deus pedi carinho
Ele, não me virou as costas
Escutou-me de mansinho
E, deu-me suas respostas
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Tem gente na contramão
Trilhando torpes caminhos
Semente que cai no chão
Descoberta não dá pinhos
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Da árvore caem as folhas
Da tua vida os dias
No fingir que não me olhas
Teus cabelos arrepias
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Adoro mais os teus seios
Que as imagens do altar
Quero por todos os meios
Ao pé deles poder rezar
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Teus seios são o altar
Onde faço as orações
E a seus pés quero estar
Em todas as ocasiões
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Sonhei sonhos que não tive
Vi o mundo mais humano
Às portas do céu eu estive
Não pude entrar. Foi engano.
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O Fanfarrão
Se lorotas tu me dizes
Não as vou acreditar
Estás cercado de mulheres
Sem uma para te amar
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Aí não há muito mais que dizer
Por que entre homem e mulher
Havíamos coabitado coibido
Tínhamos mexido no fruto proibido
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a guerra entre a Globo e Record
Tem um som de tom maior
Ambos usam a mesma túnica
Querem ser a melhor e, única
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Eis-me aqui ó solidão
Num ato de complacência
Buscando a integração
No limite da paciência
Eis-me aqui ó solidão
Pontuando outra vez
O meu pobre coração
Sofrendo outra revés
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Não tem no orbe um bem
Que ultrapasse o bem maior
De viver e ser feliz
Com saúde e amor
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Se tu não fosses do fado
Fadista eu te faria
P’ra puder cantar contigo
Aos pés da virgem Maria
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No caminho uma surpresa
Que a vida te reservou
Coloca as cartas na mesa
A tua hora chegou !
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Da árvore caem as folhas
Da tua vida os dias
Fingindo que não os olhas
Fazes deles alegorias
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A água doce que os rios
Despejam no mar sem parar
Não tem o condão nem tem brios
De o oceano dessalgar
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Corri o mundo à procura
Do amor de uma mulher
Só agora percebi
Que a deixei onde parti
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Por amor ao teu pecado
Eu tornei-me pecador
Ambos fomos enfeitiçados
Pela procura de amor.
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Deixa passar a tormenta
Que tolda teu coração
Verás que o que o atormenta
Não tem a menor razão
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A chuva que vem do alto
É uma benção Divina
Limpa a sujeira do asfalto
Com água pura, cristalina.
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Não se iluda minha gente
Com promessas vantajosas
É preciso ser prudente
P’ra sair das enganosas
São Paulo, 25/09/2009
Armando A. C. Garcia
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