QUADRINHAS

Essas quadrinhas eu componho durante minhas caminhadas matinais. Chegando em casa, passo para o papel, como exercício de memorização.

Por não saber falar Hitler

A ignorância arreganha:

Diz que tem o coração

De Rita das Alemanha.

A mulher espero nu,

A vida desconsidero,

A sorte espero sentado,

A morte, fumando espero.

Prevendo dificuldades

Encomendei ataúde:

Dependo da Previdência

Para cuidar da saúde.

Encontrei Biu Penca Preta

Tomando caldo de cana

Uma cena nunca vista

Na cidade Itabaiana.

Porque da cana caiana

Biu só gosta destilada,

Tira-gosto de Caju

E uma cerveja gelada.

O poeta Maciel Caju deu esse tema:

Me acabo no desespero

Por não poder dar no couro.

Meu grande amigo e poeta

Sujeito que vale ouro,

Me deu um tema danado

Que tenho como um agouro.

Mas como sou repentista

Apesar de ser calouro

Esse forte desafio

Eu mato no nascedouro:

Já passei da mocidade

Com o pinto no ancoradouro,

Me acabo no desespero

Por não poder dar no couro.

Com sua verve sempre brilhante, meu compadre Caju deu outro tema:

Baraúna, marmeleiro,

Urtiga branca e pinhão.

Acunhei na hora:

Eu tenho aqui nessa mão

Três sementes vegetais

Para plantar no jardim

Da casa de Zé Morais.

Baraúna, marmeleiro,

Duas plantas vigorosas

Defendendo meu jardim

Cheio de cravos e rosas.

Protegendo contra azar,

Urtiga branca e pinhão,

Demora a escapulir

O que eu apertar na mão.

www.fabiomozart.blogspot.com

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 01/02/2010
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