O MEU CANCIONEIRO * A inútil porfia

Se salvais as aparências

no recato do lugar,

claudicais nas evidências,

que indo além do mero estar,

são, no ser, vitais essências.

Se a ventura ao rosto vem,

a desgraça não se esconde.

É por isso que ninguém

há-de achar um como ou onde

para ser um outro quem.

Tudo em vós vos denuncia

no recato do lugar.

É inútil a porfia.

Nem a noite tem luar,

nem o verso poesia.

José-Augusto de Carvalho

30 de Julho de 2006.

Viana do Alentejo * Évora * Portugal

Do livro em construção:

«O meu cancioneiro»

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 31/07/2006
Reeditado em 25/12/2018
Código do texto: T206326
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