Como oficio distinto.
É um brinquedinho barulhento
O cerébro de um poeta
Amoroso e tambem ciumento
É uma frase incompleta.
Um sonhador inveterado
Está sempre em outro lugar
E por tudo é apaixonado
E ao passado quer voltar.
Fala de flores e abelhas
E de coisas que nunca viu
Uma corda bamba,centelhas
Mergulhadas em desafio.
Tudo que é belo lhe convem
Mas tem a tristesa por perto
Desvenda o paraiso e vai alem
Mas nunca descarta o deserto.
Uma simples gota de orvalho
Já se torna o seu universo
Amores?só os que dão trabalho
No fim tudo se transforma em verso.
É como um monstro sagrado
Para quem não lhe conhece
E as vezes é até condenado
Porque com outra coisa se parece.
É um universo infinito
Um turbilhão de coisas a dizer
E tem como oficio distinto,
Compor e pra posteridade escrever.