Aurora
Musa minha é a aurora,
quando o sol é inocente...
Tom rosáceo nessa hora,
sua cor iridescente.
Canoa
Desce o rio, a canoa,
contorna pedras e sonhos...
Quando é feliz, chora à toa,
d’outras, faz versos tristonhos.
No jardim
No jardim, por entre as flores,
lágrimas foram ouvidas.
Grandes eram nossas dores,
pelo Mestre, padecidas.
Rastro de luz
De uma flor, jamais se esquece,
pois na mão fica o perfume,
como de quem oferece
a luz, fica sempre o lume...
Colheita de macela
Sexta-feira da Paixão
colho pela madrugada,
pra cumprir a tradição,
a macela orvalhada.
Vento
Beijo flor e jardineira
neste outono orvalhado,
sou ternura passageira...
Vento negro pelos prados.